“Sagração da Primavera” é uma das
obras sinfónicas mais importantes do séc. XX, que embala os movimentos
convulsivos dos bailarinos. Da autoria de Igor Stravinsky, que a imaginou com
sequências de movimentos rítmicos simples que tocassem imediatamente o público,
sem qualquer pormenor que afastasse a sua atenção, foi, ao longo dos anos, alvo
da criação de muitas coreografias, por vários autores. Em cada uma destas
interpretações, era visível a história e cultura do tempo em que surgiam.
É portanto uma obra de vanguarda,
que despertou sempre diferentes e variadas opiniões, em parte por ser
considerada provocativa, na maioria das vezes. Pina Bausch (alemã, 1940-2009) contribui
também com uma importante coreografia. A peça caracteriza-se pela celebração da
fertilidade, onde os movimentos violentos invocam a chegada da Primavera. Apresenta-se
como uma batalha entre a vida e a morte, bem como o medo que o homem sente pela
última.
É balé, teatro, dança…no fundo
uma obra de arte. Uma dança transformadora que dialoga directamente com todas
as gerações: pela sua força de vida e de comunicação. Sentimos o peso e a dimensão
da obra de Pina Bausch em cada pormenor, pausa e gesto – a raridade que a sua
criação representa.
Sobre
a autora, a Stanford Presidential Lectures in
the Humanities and Arts diz: “For her the
individual’s experience is the critical component and is expressed in bodily
terms, thus creating a new type of body language. By doing this, the role of
the body is redefined from one in which it disappears into the function of
creation and is objectified, as is typical in ballet and most dance, to one in
which it becomes the subject of the performance. Each dancer’s body tells its
own story based on what it has experienced.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário