domingo, 14 de outubro de 2012

"Sagração da Primavera", de Igor Stravinsky, por Pina Bausch

“Não estou interessada em como as pessoas se movem, mas o que as move” (Pina Bausch)

“Sagração da Primavera” é uma das obras sinfónicas mais importantes do séc. XX, que embala os movimentos convulsivos dos bailarinos. Da autoria de Igor Stravinsky, que a imaginou com sequências de movimentos rítmicos simples que tocassem imediatamente o público, sem qualquer pormenor que afastasse a sua atenção, foi, ao longo dos anos, alvo da criação de muitas coreografias, por vários autores. Em cada uma destas interpretações, era visível a história e cultura do tempo em que surgiam.
É portanto uma obra de vanguarda, que despertou sempre diferentes e variadas opiniões, em parte por ser considerada provocativa, na maioria das vezes. Pina Bausch (alemã, 1940-2009) contribui também com uma importante coreografia. A peça caracteriza-se pela celebração da fertilidade, onde os movimentos violentos invocam a chegada da Primavera. Apresenta-se como uma batalha entre a vida e a morte, bem como o medo que o homem sente pela última.
É balé, teatro, dança…no fundo uma obra de arte. Uma dança transformadora que dialoga directamente com todas as gerações: pela sua força de vida e de comunicação. Sentimos o peso e a dimensão da obra de Pina Bausch em cada pormenor, pausa e gesto – a raridade que a sua criação representa.  
Sobre a autora, a Stanford Presidential Lectures in the Humanities and Arts diz: “For her the individual’s experience is the critical component and is expressed in bodily terms, thus creating a new type of body language. By doing this, the role of the body is redefined from one in which it disappears into the function of creation and is objectified, as is typical in ballet and most dance, to one in which it becomes the subject of the performance. Each dancer’s body tells its own story based on what it has experienced.”

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