THE
ELECTRO-LIBRARY (1923) é uma espécie de reflecção, de El Lissitsky, sobre o
livro enquanto objecto susceptível à passagem do tempo, e com este da evolução
e do progresso.
1. The words
on the printed surface are taken in by seeing, not by hearing.
2. One communicates
meanings through the convention of words; meaning attains form through letters.
3. Economy
of expression: optics not phonetics.
4. The design
of the book-space, set according to the constraints of printing mechanics, must
correspond to the tensions and pressures of content.
5. The design
of the book-space using process blocks which issue from the new optics. The supernatural
reality of the perfected eye.
6. The continuous
sequence of pages: the bioscopic book.
7. The new
book demands the new writer. Inkpot and quill-pen are dead.
8. The printed
surface transcends space and time. The printed surface, the infinity of books,
must be transcended.
Esta
ideia é de novo explorada no texto, Our
Book, de 1926, onde El Lissitzky se questiona sobre no que se deverá
transformar o livro contemporâneo. Se ao longo do tempo o livro sofreu
modificações também agora ele deverá tomar uma nova forma, capaz de expressar o
tempo em que é produzido e a sociedade para quem é feito.
Lissitzky
escreveu em Unovis: “Gutenberg bible
was printed with letters only; but the Bible of our time cannot be just
presented in letter alone. The book finds its channel to the brain through the
eye, not through the ear; in this channel the waves rush through with much greater
speed and pressure than in the acoustic channel. One can speak out only through
the mouth, nut the book’s facilities for expression take many more forms.”
Mais á
frente afirma: “Yet, in this presente day and age we still have no new shape
for the book as a body; it continues to be a cover with a jacket, and a spine,
and pages 1,2,3…Perhaps the new work in the inside of the book is not yet ate
the stage of exploding the traditional book-form, but we should have learned by
now to recognize the tendency.
…The book
is becoming the most monumental work of art: no longer is it something caressed
only by the delicate hands of a few bibliophiles; on the contrary, it is
already being grasped by hundreds of thousands of poor people.”
O
livro não é mais considerado uma obra de arte, pelo menos não pela maior parte das pessoas. Ainda hoje, nos questionamos sobre a questão
do livro, ou melhor do seu aspecto físico. Dificilmente, alguém negará que o
livro, enquanto objecto físico, está a viver os seus últimos anos, em breve
será um objecto digital, pertencente a todo o mundo virtual e imaterial das
tecnologias. Em breve, a “coisa” que é o livro deixará as prateleiras das
nossas casas e a confusão das nossas malas, para ser uma relíquia digna de
museu, e aí então, o mais banal dos livros será de novo encarado como uma obra
de arte, pelas mesmas pessoas que antes o consideravam como dado adquirido e
banal.
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